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Cuiabá tem alto índice de infestação do Aedes aegypti
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Com índice rápido para Aedes aegypti (LIRAa) de 3,5%, Cuiabá está em situação de alerta para transmissão de dengue, zika vírus e chikungunya. O percentual apontado pelo terceiro levantamento do LIRAa é considerado alto por ser um período de seca, quando o normal é de 1%. Com início do período chuvoso, a tendência é que o quadro se agrave.
De acordo com a coordenadora da Vigilância em Zoonoses, Alessandra Carvalho, o índice aceitável é preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). “O alerta é geral. Cuiabá não está isenta de ter problemas maiores, porque os números mostram essa alta infestação em um período de seca. Temos bairros que ultrapassam os 5% de infestação e isso quer dizer que nós precisamos redobrar todas as nossas atenções perante os possíveis criadouros existentes, principalmente nos domicílios. Nesse período nós temos comprovações que o mosquito é domiciliado, porque a maioria desses criadouros, que corresponde a mais de 80%, estão nas caixas d’água”, disse.
Para tentar conter o avanço do mosquito e das doenças, Carvalho garante que na capital o trabalho de combate ao mosquito não cessa, é realizado durante o ano inteiro, sem interrupção. “Estamos dando continuidade às visitas domiciliares por meio dos nossos agentes de combate a endemias. É importante ressaltar que não existe nenhuma fórmula mágica para resolvermos essa situação, precisamos que a população nos ajude, não permitindo que a água fique parada dentro dos seus imóveis”, disse.
Porém, a responsabilidade de limpeza, de vedação e eliminação dos criadouros é dos moradores. “Temos trabalhado a intensificação nas orientações e realizando o tratamento dos criadouros que chamamos de não removíveis”, explica. Ela esclarece que, durante a visita do agente, se ele não conseguir fazer o tombamento de uma caixa d’água infestada ou a sua lavagem imediata, ele coloca um produto químico que promove uma inativação da larva, que vai evitar sua proliferação. Este é o chamado “combate químico”.
Outro trabalho realizado pela Vigilância em Zoonoses é o cadastro de todos os terrenos baldios e praças onde ainda há o despejo de lixo, sujeira, ou acúmulo de água. Ao detectar um terreno ou espaço nestas condições, a Zoonoses encaminha uma notificação para a Secretaria de Serviços Urbanos para que promovam a limpeza. Em relação às casas abandonadas, a informação é repassada para a Secretaria de Meio Ambiente, que está fazendo um trabalho de busca dos proprietários para que tomem as devidas providências.
Também são de grande importância para o combate do mosquito as notificações que chegam para a Zoonoses de casos suspeitos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Todos os médicos que atendem casos suspeitos de dengue, zika e chikungunya devem promover a notificação e encaminhar para a Vigilância em Zoonoses, porque as ações de combate do mosquito precisam ser imediatas.
Por meio destas informações, nós realizamos a borrifação no imóvel onde mora o paciente com suspeita da doença. Por isso é muito importante que, ao ficar doente, mesmo com todo o mal-estar que a doença ocasiona, a pessoa busque orientação médica. Inclusive é por meio destes números de notificações que conseguimos recursos para fazermos intervenções dentro da localidade para um combate ainda mais eficaz ao mosquito”, explica a coordenadora.
Por meio da assessoria de imprensa, Alessandra Carvalho faz um alerta sobre os próximos meses. “A tendência daqui para frente é piorar a infestação, porque está chegando o período chuvoso e passamos a ter outros concorrentes acumulando água. O lixo no quintal tende a acumular água nesta época de chuvas. Provavelmente nesses lugares há ovos aguardando o período da lâmina d’água para fazer a eclosão. Lembrando que o ovo pode permanecer no ambiente seco até 365 dias ou mais. Então isso viabiliza a permanência do vetor no ambiente, por isso temos tanto confronto com relação ao mosquito, uma vez que ele é extremamente adaptável” adverte.
Uma ação simples, que pode ajudar muito no combate ao mosquito é o que os agentes chamam de “os 10 minutos”. “Dez minutos por semana são suficientes para fazer uma vistoria em todo o espaço de moradia, escola, repartições públicas, para que se detecte qualquer local que possa acumular água parada. Com a visualização disso podemos fazer ou a eliminação, ou a vedação, ou na oportunidade da visita dos nossos agentes, o tratamento daquele reservatório”, finalizou.